Acaba de sair o resultado da premiação nacional da Funarte para a área de Composição, levando a encomendas de obras para a XX Bienal de Música Contemporânea Brasileira, a ser realizada no próximo ano, no Rio de Janeiro. A Bahia aparece de forma brilhante na premiação, com a inclusão de cinco nomes, todos ligados à Escola de Música da UFBA (EMUS): Paulo Costa Lima, Fernando Cerqueira, Wellington Gomes, Jamary Oliveira e Agnaldo Ribeiro (esta ordem obedece ao número de indicações). Festejando a conquista, o Prof. Paulo Costa Lima diz que mais importante ainda foi a metodologia utilizada na indicação dos compositores: “Ao invés de indicações por uma comissão foi organizado um colegiado de cerca de 70 compositores e regentes espalhados por todo o Brasil (constituído por aqueles que participaram de cinco ou mais bienais até hoje).
Cada membro desse colegiado apresentou uma lista de 10 nomes e aqueles que obtiveram maior número de indicações foram premiados”. Trata-se, diz o Prof. Costa Lima, de uma superavaliação feita pelos pares em nível nacional, e merece o devido registro pela importância que tem. Outro aspecto interessante que ele aponta é a existência, na lista da Funarte, de nove nomes que atuam no Nordeste, sendo que a projeção da UFBA contribuiu significativamente para projetar esses nomes, diversificando a oferta nacional.
O financiamento apropriado da Bienal de Música Contemporânea (equivalente em música das bienais de arte, e existente desde 1975) é coisa recente. Só a partir do final do governo Lula (gestão do baiano Juca Ferreira no Ministério da Cultura) é que o evento recebeu pela primeira vez verbas que permitissem algum pagamento aos compositores. “A atual ministra, Ana de Hollanda, manteve e ampliou essa política pública, de grande significado para a capacidade de inovação em nossa área”, aplaude Paulo Costa Lima.