Orientar a população e esclarecer dúvidas sobre a pandemia do novo coronavírus, com rapidez e agilidade, é o objetivo do Tele Coronavírus, lançado na terça-feira, 24 de março. Por meio do número 155, de 7h às 19h, todos dos dias, o canal de comunicação atuará na triagem a distância de casos de suspeita de Covid-19, doença causada pelo coronavírus. A ação contribui para evitar deslocamentos de pessoas que não necessitam de atendimento emergencial em centros de saúde e gera um resultado importante: a redução do risco de contágio.
Idealizado em parceria pela UFBA e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/Bahia), o projeto recebeu apoio do Governo do Estado e hoje agrega diversas escolas médicas federais, estaduais e privadas, entre elas UFRB, UFSB, UNEB, UESC, UEFS, UESB, Escola Bahiana de Medicina, FTC Salvador e Unifacs. Conta também com a participação da Fesftech (Diretoria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação Estadual Saúde da Família), responsável pelo desenvolvimento da plataforma que será alimentada pelos voluntários. Há ainda a integração com as secretarias de saúde dos municípios baianos.
Essa união entre as instituições é destacada pelo médico, professor titular da UFBA e pesquisador titular da Fundação Oswaldo Cruz Manoel Barral-Netto. Em sua opinião, a importância do serviço não se dá apenas pelo seu caráter público, mas, sobretudo, por ser uma ação altamente qualificada e virtual. “O Tele Coronavírus reúne pessoas da área de saúde no atendimento e sem a aglomeração de um call-center tradicional”, afirma.
Com ligações gratuitas, o projeto faz parte do Plano de Ação de Enfrentamento ao Covid-19 do estado. Na linha de frente estão estudantes de medicina e médicos no combate do coronavírus. até o momento, há aproximadamente, 1.200 estudantes e 70 médicos, todos voluntários, sendo que para cada 20 alunos de medicina, haverá a supervisão de um médico. Interessados em se voluntariar devem procurar as coordenações das respectivas universidades parceiras da ação. Os participantes serão certificados pelo serviço.
Os estudantes do quinto e sexto ano de medicina são alocados em turnos de 4h. Cada um deles fará serviços de triagem para classificar os casos, indicar a gravidade e dar as orientações necessárias. Os casos mais graves serão encaminhados para unidades de saúde e receberão atendimento presencial de profissionais da área. Para auxiliar no atendimento, o estudante conta com um aplicativo que registra os sintomas e ajuda na orientação e no protocolo de atendimento oficial, adotado pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e pelo Ministério da Saúde.
A expectativa é que ocorram 1.440 atendimentos por dia. A tecnologia usada pelo Tele Coronavírus recebe as ligações do público e redireciona-as aos celulares cadastrados pelos estudantes de medicina, que, assim, podem prestar o atendimento sem sair de casa. A redução da circulação e deslocamentos de pessoas que suspeitam estar com Covid-19 para unidades de atendimento de saúde contribui para diminui a possibilidade de contaminação com outras pessoas.