O dia 30 de março é Dia Mundial do Transtorno Bipolar (TB), em lembrança ao aniversário do pintor, Van Gogh, que foi diagnosticado, depois de sua morte, como um provável portador do TB, doença caracterizada por oscilações anormais de humor, com aparecimento de episódios de euforia (mania e hipomania) e de depressão.
A fim de promover o diagnóstico precoce da doença e eliminar o estigma social que ela carrega, o Ambulatório de Transtorno de Humor e Ansiedade (CETHA) funciona no prédio Ambulatório Magalhães Neto, no ambulatório de psiquiatria, todas as quintas-feiras, pela manhã. Os pacientes precisam apresentar um relatório médico para a realização de uma avaliação inicial (triagem), além dos documentos de identidade, CPF, cartão do SUS e comprovante de residência.
A médica Angela Scippa é chefe do Ambulatório de Transtornos de Humor e Ansiedade (CETHA) do Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos/EBSERH (HC-UFBA) e Presidente da Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB), entidade sem fins lucrativos que tem por finalidade divulgar conhecimentos sobre a doença bipolar. Suas últimas pesquisas confirmaram dados de literatura, de que o TB é um transtorno grave, recorrente que proporciona baixa da qualidade de vida aos seus portadores.
A doença
O TB é uma doença mental que representa um desafio significativo para os seus portadores, profissionais da saúde e familiares. Os pacientes necessitam de cuidados especiais, assim como os portadores de outras doenças crônicas, como a diabetes e as doenças do coração. Infelizmente, pacientes com TB, apresentam outra doença mental em paralelo, tais como os transtornos de ansiedades, em geral, e o uso e abuso de substâncias, entre outros.
Entretanto, o preconceito ainda é uma barreira para os cuidados e continua a ser um obstáculo para o diagnóstico adequado e tratamento eficaz. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, estima-se que a prevalência global do TB esteja entre 1 a 2%, nas suas apresentações mais clássicas, podendo chegar a 5%, quando se inclui formas mais leves do transtorno, configurando-se como a doença que ocupa o 6º lugar entre as causas relacionadas a incapacitação no mundo.
Além disso, as taxas de comportamento suicida, embora sejam um pouco menores do que as relatadas em outros centros de pesquisa nacionais e internacionais, apresentam resultados expressivos para tentativas de suicídio que giram em torno de 30%. Aqueles que têm parentes com doença mental na família tem maior probabilidade de desenvolver tentativas de suicídio ou maior número de hospitalizações psiquiátricas do que os pacientes que não tem histórico familiar da doença. Dra. Scippa salienta também que o histórico familiar dos pacientes é rotineiramente investigado na prática clínica. “Essas descobertas podem ajudar a identificar pacientes de risco para manifestações particulares do Transtorno Bipolar e podem apontar para um substrato comum, neurobiologicamente determinado”, afirma.
*Com informação da ASCOM do HUPES