A cada 10 minutos, uma mulher sofre estupro no Brasil, crime que, em 10 anos, vitimou 583.156 pessoas, quase sempre mulheres. Todos os dias, mais de uma dezena de feminicídios são registrados em nosso país, considerado pelas Nações Unidas o 5º mais violento contra mulheres no mundo. No Brasil, portanto, o simples fato de se nascer mulher aumenta significativamente o risco de morte.
É sobre as mulheres que ainda recaem as maiores cargas de trabalho, em razão das extenuantes jornadas laborais somadas ao trabalho doméstico invisibilizado, e as mais baixas remunerações em relação aos homens no desempenho das mesmas funções – uma desigualdade sustentada pela vigência de perversos papéis de gênero, construções sociais historicamente mobilizadas para subjugar, oprimir e espoliar mulheres em todo o planeta.
Indignada com a crueza desses dados e contrária à perpetuação dessa trágica realidade, a UFBA faz de seu 8 de março um grito contra o feminicídio e o estupro. Um brado por reparação e equidade. Um apelo aos entes do Estado e da sociedade civil à imediata intensificação das lutas contra a misoginia e a divisão sexual do trabalho, repelindo de uma vez por todas os espasmos reacionários que ainda encontram eco em amplos setores sociais do país.
Reduzir disparidades sociais e combater a cultura da violência contra as mulheres é tarefa de toda a sociedade, e seu ponto de partida é uma educação baseada nos direitos humanos. A UFBA saúda o 8 de março como dia de reflexão e de luta.
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