A Galeria Cañizares abrirá no próximo dia 17/02, das 18h às 21h, a exposição “Corset - uma Poética com o couro em metamorfose” da artista visual Liege Galvão. A exposição configura-se como conclusão da pesquisa de Mestrado em Artes Visuais do Programa de Pós-Graduação e Artes visuais da Escola de Bela Artes da UFBA, sob orientação e curadoria da Professora Viga Gordilho.
A exposição, que marca a retomada das atividades da Galeria em 2016 em celebração aos 70 anos da UFBA, estará aberta para visitação até o dia 01/03, de segunda a sexta das 9h às 18h. No dia 25/02 será realizada uma Conversa com a artista e a curadora, as 17hs, na Galeria Cañizares, Escola de Belas Artes que fica na Rua Araújo Pinho, 19, Canela – Salvador.
A Exposição CORSET
O trabalho da artista visual Liege Galvão é um conjunto de obras nas quais Liege fragmenta e escarifica o seu couro-corpo efêmero, imbuído de uma memória corpórea que questiona a homogeneização corporal. De acordo com a curadora da exposição, a artista traz nesta mostra, fragmentos do seu corpo que se inscrevem como uma espécie de “materialidade do tempo”, como nos situa o filósofo frances Didi-Huberman (1953). Liege escarifica as suas inquietações, em um conjunto de obras, instauradas na sua pesquisa para a conclusão do Mestrado em Artes Visuais.
Na Galeria Cañizares, o couro-corpo efêmero, transita em um tempo-biológico, entrelaçando o tempo-desejo, que, imbuído de uma memória corpórea, busca e questiona umideal estético confrontando a antropomorfia na eterna busca da beleza no tempo-agora. Seus experimentos questionam a homogeneização corporal. É uma forma de pensar a transitoriedade carnal que marca, enruga, amassa,franze, enferruja, dobra e indicia rastros, que, por mais longínquos que estejam, conseguem tocar a nossa pele.
Para a artista Liege Galvão, “não há mais um estar no mundo que pode congelar ou rejuvenescer o meu couro-corpo, embebido de vivências cadenciadas. Ele se torna objeto de registros e estímulos não mais homogêneos, que resistindo ao instante efêmero, se metamorfoseia numa incompletude transitória de uma nova aparência corpórea em constante atualização. Perenidade e efemeridade estão em conflito mútuo e recíproco. A exterioridade apresenta as tramas da matéria, inerente à corporeidade da existência do ser, que subitamente possui seus estigmas. Minha antropomorfia questiona este corpo que se transmuta e, como sujeito inquieto do tempo-agora, entra em confronto com a inevitável decrepitude corpórea”.