O Café Científico Salvador, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências (UFBA/UEFS), pela LDM - Livraria Multicampi e pela Biblioteca Pública do Estado da Bahia, continua neste mês de novembro com a palestra, seguida de debate, sobre o tema “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma: uma visão celular", a cargo da pesquisadora Valéria Matos Borges (Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz, Fundação Oswaldo Cruz). O encontro está marcado para o dia 22 de novembro, às 18h, na Sala Katia Mattoso da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Biblioteca dos Barris).
A célebre frase de Antoine-Laurent de Lavoisier, "na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, se adequa muito bem à visão celular do evento conhecido como apoptose, um dos principais tipos de morte celular programada com importantes implicações na homeostasia e desenvolvimento. A apoptose deflagra uma série de reações bioquímicas específicas que culminam na degradação do DNA (ácido desoxirribonucleico). Por ser um evento chave para o organismo e altamente controlado, distúrbios em sua regulação, como o excesso ou a insuficiência de apoptose, muitas vezes estão implicados no aparecimento de doenças autoimunes, neurodegenerativas, câncer, entre outros. Além disso, a remoção de células mortas no organismo constitui um mecanismo vital nos mecanismos de defesa do hospedeiro e na modulação da resposta inflamatória. A retirada de células mortas nos tecidos é realizada principalmente por células chamadas ‘macrófagos’ que também atuam como sítios de replicação de vários microorganismos intracelulares. Vários desses microorganismos patogênicos tiram proveito do ambiente anti-inflamatório gerado após a remoção, por fagocitose, de células apoptóticas para escaparem da resposta do sistema imune.
A apresentação desse tema no Café Científico discutirá como nada se perde com a morte celular e como tudo se transforma durante esse intrigante fenômeno biológico.