Ao Prof. Dr. Hernan C. Guralnik
Presidente do CNPq
A Universidade Federal da Bahia recebeu hoje o resultado do pedido de renovação das Bolsas de Iniciação Científica (IC) junto ao CNPq. O resultado frustrou nossas expectativas e coloca em risco todo o esforço que temos empreendido para combinar políticas de expansão e inclusão com a defesa da qualidade da educação oferecida pela universidade. Este esforço se expressa na manutenção de 1300 estudantes realizando Iniciação Científica, com bolsas do CNPq, da FAPESB e da própria UFBA. Concretamente, a UFBA teve uma redução de 20% no número de suas bolsas CNPQ, apesar de ter recebido pareceres favoráveis de todos os avaliadores. Desse modo, o número de bolsas IC CNPq para a UFBA foi reduzido de 509 para 409, voltando a patamares inferiores aos de 2008, quanto ao número de bolsas IC CNPq.
Redução similar ocorreu com os pleitos do conjunto das universidades. Como é bem sabido, essas bolsas têm tido no Brasil um papel muito relevante para despertar e estimular vocações para a pesquisa científica. Implementadas desde a criação do CNPq em 1951, elas são um exemplo de política pública de sucesso na ciência, tecnologia, inovação e educação universitária. Uma tal redução não tem precedentes nos 64 anos de existência do próprio CNPq e sinaliza uma desvalorização do esforço de formação de recursos humanos altamente qualificados necessários ao desenvolvimento do país.
Esse corte, por fim, trará consequências traumáticas na sua implementação, vez que a UFBA já finalizou a seleção dos bolsistas, os quais incluem também bolsistas apoiados pela FAPESB e com recursos da própria universidade, tendo sido anunciados tais resultados. A possibilidade de um retrocesso nesta seleção colocaria em risco a confiança mútua que move a comunidade universitária no trabalho de Iniciação Científica. Com base nestas considerações, solicitamos ao Presidente do CNPq a reconsideração dos cortes anunciados.
Reitoria da Universidade Federal da Bahia