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Ceafro faz lançamento de livro sobre quilombolas gaúchos

Autora, Cidinha da Silva dará autógrafos em Salvador

 


Na próxima quinta-feira (25 de novembro), a partir das 18h, no Auditório Milton Santos, do CEAO/Ceafro/UFBA, localizado na Praça Inocêncio Galvão, 42, Largo Dois de Julho, acontece o lançamento do livro Colonos e Quilombolas, um registro de histórias dos territórios negros urbanos formados em Porto Alegre (RS), após o período de escravização no Brasil. Esse registro se deu por meio de testemunhos e vozes iconográficas de seus protagonistas, moradores da região conhecida como Colônia Africana. Colonos e Quilombolas teve a coordenação editorial da fotógrafa gaúcha Irene Santos, introdução da Profa. Petronilha Gonçalves, que já integrou o Conselho Nacional de Educação, e prefácio do artista plástico e curador baiano Emanoel Araújo, diretor do Museu Afro (SP). O livro foi lançado em Porto Alegre no mês de outubro e, neste mês de novembro, em São Paulo e Curitiba. Em Salvador, a cronista Cidinha da Silva, ativista do movimento de mulheres negras e editora do blog cidinhadasilva.blogspot.com, fará sessão de autógrafos. Ela foi uma das quatro mulheres que compuseram o livro, ao lado de Dorvalina Fialho, Vera Daisy Barcellos e Zoravia Bettiol.

Para Cidinha da Silva "escrever crônicas para o livro Colonos e Quilombolas foi desafiador, não pelo fato de tratar-se de uma mineira abordando temática, aparentemente, gaúcha. Não nos esqueçamos, compomos a diáspora africana no Brasil. Mas porque é instigante criar a partir de uma "encomenda", a partir de certos parâmetros. Neste caso, definidos pelo teor dos depoimentos que subsidiaram os textos. Optei  apenas por lê-los, não quis ouvi-los para não sucumbir à tentação de buscar repetir as vozes da(o)s depoentes. O grande desafio foi encontrar a minha voz narrativa para recriar as histórias que li. Fiquei muito feliz com o resultado final. Espero que a leitura do texto e da iconografia emocione às leitoras e aos leitores".

Colonos e Quilombolas trata do território que se iniciava, na capital gaúcha, na atual Cidade Baixa e passava pelos bairros Bom Fim, Mont’Serrat, Rio Branco e estendia-se até o bairro Três Figueiras, onde ainda subsiste o Quilombo dos Silva, reconhecido pelo Governo Federal, mas, diuturnamente contestado pela vizinhança, como é regra no tratamento dado aos quilombos, urbanos e rurais, em todo o país. Apesar de ter suas ruas inscritas nos mapas do século XIX, a região, popularmente conhecida como Colônia Africana, nunca foi reconhecida pela Prefeitura Municipal como um bairro da cidade.