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Exposição no MAE celebra o Abril Indígena na UFBA

Objetos, fotos e vídeos serão apresentados

 

No próximo dia 23/04 será aberta ao público a exposição Tonã – O ritual da Preservação, no Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE/UFBA), no Prédio da Faculdade de Medicina da Bahia, no Terreiro de Jesus – Pelourinho. A exposição integra as atividades promovidas durante o Abril Indígena, evento realizado pelo PET/Conexões de Saberes Comunidades Indígenas/UFBA.

Materialmente, o Tonã é uma veste composta por fibra de Croá (Neoglaziovia variegata). Enquanto símbolo, faz parte do ritual do Praiá, que mescla elementos próprios à religiosidade rústica brasileira, conferindo legitimidade à indianidade Pankararé e Pankararú. Objeto encantado, o Tonã passa a se configurar dentro do museu como suporte de representação, aparato didático, objeto de pesquisa, obra de arte. Para que possa ser explorado em todos estes sentidos, sua materialidade deve ser conservada.

“O que mais se distingue nesta exposição, acreditamos, é o processo de conservação desta peça realizado no âmbito do MAE/UFBA. Neste sentido, a documentação fotográfica é aqui exposta para caracterizar este processo técnico”, afirma Cláudio Luiz Pereira, diretor do Museu.

A exposição é composta também por vídeos realizados por Cyrill Menta, que documentam tanto a feitura de um Tonã, como mostram a realização de um ritual do Praiá; e, igualmente, as fotos realizadas em distintos momentos por Carlos Caroso, em suas pesquisas sobre os índios Pankararé, nos anos 70 e 80.

Os materiais utilizados na confecção dos artefatos etnográficos salvaguardados pelo MAE/UFBA são, em sua maioria, de natureza orgânica, e, por consequência, mais suscetíveis aos agentes físicos, químicos, mecânicos e biológicos de deterioração. As ações de Conservação e Restauro realizadas no Tonã seguiram o princípio da mínima intervenção, e foram focadas principalmente nos procedimentos de conservação curativa, que busca realizar ações relativas a limpeza, desinfestação e consolidação dos objetos. As coleções etnográficas possuem valor simbólico, imaterial.