O prêmio de Pesquisas em Ciências da Vida da Unesco foi concedido ao médico baiano Manoel Barral Netto junto com outros dois cientistas. O anúncio foi feito na segunda-feira (12/10), através de comunicado da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, em reconhecimento aos trabalhos realizados por Barral Netto sobre a leishmaniose e a malária. O júri destacou a sua contribuição para o desenvolvimento de ferramentas de controle na área das doenças transmissíveis e relacionadas com a pobreza.
Formado pela Universidade Federal da Bahia, com doutorado em Patologia Humana, também pela UFBA, e pós-doutorado em Imunologia pela Seatle Biomedical Research Institute, nos Estados Unidos, Barral Neto é pesquisador titular e diretor do Instituto Gonçalo Moniz (FIOCRUZ-Bahia). É membro titular da Academia Brasileira de Ciências e Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico.
Na UFBA ele ocupou o cargo de pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação e diretor da Faculdade de Medicina da Bahia, instituição da qual é professor titular, atuando na área de Imunoparasitologia. Os temas mais frequentes da sua produção científica são: leishmanioses, imunorregulação e vacina.
Barral Netto destaca a importância da premiação que traz reconhecimento e visibilidade ao trabalho que vem sendo desenvolvido para o tratamento das doenças pesquisadas de forma mais ampla, focando esforços na identificação das populações mais vulneráveis, no diagnóstico e no tratamento precoce.
“Trabalhamos para melhorar a eficácia do tratamento, identificando os riscos de exposição, acompanhando a evolução do paciente e a utilização dos medicamentos, visando que essas iniciativas tenham reflexos sobre a saúde do homem. É um trabalho coletivo que está sendo desenvolvido há mais de 30 anos com o apoio do grupo de pesquisa da FIOCRUZ em parceria com a UFBA”, afirma o pesquisador.
A Unesco também concedeu a premiação ao cardiologista indiano Balram Bhargava, que desenvolveu ferramenta para tratar doenças cardiovasculares com grande impacto social em áreas carentes de recursos; e para o senegalês Amadou Alpha Sall, chefe do centro colaborador da Organização Mundial da Saúde (OMS) de Arbovirus e febre hemorrágica em Dacar, premiado por seus estudos sobre controle de doenças virais como o ebola, o chikunguya e a dengue.
A entrega do prêmio vai acontecer em Paris, no dia 14 de novembro. A iniciativa tem como objetivo reconhecer projetos e atividades de pesquisas em ciências biológicas que visam promover melhoria na qualidade da vida humana.