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Terapia ocupacional: UFBA oferece novo curso de graduação em 2021

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Primeira escola de nível superior no Brasil e também a primeira de Medicina no país, a Faculdade de Medicina da Bahia (FMB) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) passa a oferecer, em 2021, um tradicional curso da área da saúde, mas que somente agora coloca a Bahia entre os estados do Nordeste aptos a graduar um bacharel em terapia ocupacional. Trinta vagas semestrais para esse o curso de graduação serão oferecidas a partir do ingresso na UFBA, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), de 2021.

O bacharelado chega, contudo, inovando a tradição, já que agregará diferentes campos de conhecimento e áreas de atuação, em articulação com outras unidades da UFBA, ainda que sediado na FMB. Com formação e currículo interdisciplinares, irá integrar conhecimentos das ciências da saúde, das ciências humanas e sociais, além de tecnologia e arte, com a ciência da ocupação, que fundamenta a terapia ocupacional. O curso terá duração de quatro anos e poderá ser acessado tanto por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), quanto pelo Bacharelado Interdisciplinar (BI). Trata-se de uma área que forma profissionais com olhar atento às vulnerabilidades e disrupturas do cotidiano, visando a favorecer a participação social e melhoria da qualidade de vida das pessoas.

Discutido e aprovado nas instâncias coletivas e deliberativas da FMB e da UFBA, o curso de terapia ocupacional vem atender a uma demanda crescente pela oferta de cursos da área, nas diferentes regiões do país, e da procura da sociedade via serviços de saúde e segmentos e setores da sociedade civil, destaca pró-reitor de Ensino de Graduação, Penildon Silva Filho.

“É inadmissível que tenhamos que continuar importando na Bahia profissionais formados em outros estados para atuar em atenção às demandas do nosso Estado. O curso de terapia ocupacional, assim, articula-se às ações que essa pró-reitoria e a Universidade vêm implementando no âmbito da nossa política institucional de ensino de graduação. Teremos um curso que seguramente terá excelentes resultados nas avaliações externas no âmbito do Sistema Nacional da Avaliação Superior e que será socialmente referenciado, como são os demais cursos de graduação da UFBA. É nesse sentido que os esforços estão sendo empenhados”, explica o pró-reitor.

“O projeto pedagógico e os recursos disponíveis na UFBA reúnem condições necessárias para formar um terapeuta ocupacional de excelência: com competência técnica, compromisso social e político”, ressalta o diretor da Faculdade de Medicina, Luiz Fernando Fernandes Adan. “Um curso novo traz grandes desafios e, ao mesmo tempo, promove muitas oportunidades”, destaca.

Para operacionalizar a abertura do curso, uma comissão de estudo foi instituída na Faculdade de Medicina da Bahia, composta pelo professor André Luiz Peixinho (FMB); pelas professoras e terapeutas ocupacionais Carina Pimentel e Adriana Pimentel, do Instituto de Humanidades, Artes e Ciência Professor Milton Santos (IHAC/UFBA), pelas terapeutas ocupacionais do quadro técnico da UFBA Suely Galvão e Ana Marcia Duarte, entre outras (os) colaboradoras (es), que realizaram o levantamento de demandas, fomentaram os diálogos e debates dentro da UFBA e com a sociedade, e ainda modelaram uma proposta de projeto pedagógico e matriz curricular para o curso que se integrasse às estruturas, oportunidades e potencialidades da Universidade.

Amplo conhecimento

Os egressos do bacharelado em terapia ocupacional deverão dominar conhecimentos e habilidades para atuação em áreas como: saúde da família; saúde mental; saúde do trabalhador; contextos hospitalar, ambulatorial; contexto social, educacional, escolar; ambiental, /urbanístico; empresas; instituições sociais, entre outras.

Segundo a terapeuta ocupacional e professora da FMB Carina Pimentel, “o profissional da área será formado para atuar com base na compreensão da dimensão ocupacional, da atividade e do cotidiano de pessoas, grupos e comunidades nos diferentes contextos e serviços no âmbito da saúde, da educação, da assistência social, da previdência social, do trabalho e da cultura. Fundamenta-se na compreensão das relações indivíduo/ sociedade e dos processos de inclusão/exclusão social para atuar em programas de promoção, proteção, recuperação, reabilitação, paliação, acessibilidade e inclusão”. E destaca que “o curso foi organizado para garantir a oportunidade de formação de profissionais éticos, com competência técnico-científica e em sintonia com a defesa e fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e demais sistemas universais, públicos e gratuitos".

O profissional em terapia ocupacional formado pela UFBA terá um campo de atuação amplo, podendo atuar em diferentes espaços e instituições: hospitais gerais, hospitais especializados, centros de atenção psicossocial, serviços de saúde do trabalhador, centros de reabilitação, instituições de longa permanência para idoso, creches, escolas, sistemas prisionais, ambulatórios, centros de convivência, unidades básicas de saúde, empresas, instituições sociais e educacionais, entre outras possibilidades.

Para a terapeuta ocupacional Suely Galvão, vice-presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 7ª Região (Crefito 7), “o novo curso vai ao encontro das necessidades da sociedade e é uma aspiração antiga do Crefito. A UFBA reconheceu essa demanda e cumpre seu papel social e político, e também seu papel de formação de profissionais para servir à sociedade baiana”.

O presidente da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa em Terapia Ocupacional (Reneto), Rafael Barreiro, felicitou a UFBA e, em especial, a FMB por acolher essa demanda e possibilitar a expansão da profissão no estado da Bahia. “A Reneto historicamente vem apoiando a abertura dos cursos de terapia ocupacional em instituições públicas de ensino superior em todo território nacional. Apesar dos avanços na oferta do ensino em terapia ocupacional, sobretudo após o Reuni. A abertura do curso na UFBA é uma grande conquista para a Terapia Ocupacional como um todo, mas principalmente para o estado da Bahia”, afirma.

Colaborou a professora e terapeuta ocupacional Carina Pimentel Souza Batista docente do Departamento de Saúde da Família da Faculdade de Medicina da Bahia da UFBA.