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UFBA adquire computador de alto desempenho para pesquisa

ICE X tem capacidade 1000 vezes maior que máquina comum

A UFBA adquiriu um computador de alto desempenho SGI ICE X, que tem capacidade de processamento cerca de 1000 vezes maior que a de um computador normal. O equipamento será instalado na STI (Superintendência de Tecnologia da Informação) da UFBA e servirá para apoiar pesquisas nas áreas de oceanografia, física, geofísica, química, matemática e computação desenvolvidas na Universidade. 

Com a nova máquina, a UFBA passa a dispor de uma plataforma que, se expandida, pode chegar na escala da supercomputação disponível em grandes centros internacionais de pesquisa - como, por exemplo, a NASA. A máquina possui 1.008 processadores, organizados em 42 nós computacionais, cada um com 2 CPUs de 12 processadores Intel Xeon 2,6 GHz, com 128 GB de memória RAM. Isso, na prática, significa que o tempo de realização de um trabalho que hoje leva nove dias para ser feito pode cair para apenas um dia.

Entregue há duas semanas, a nova máquina deve demorar alguns meses para entrar em operação, tendo em vista a necessidade de instalação de sistema operacional, bibliotecas, organização de sistema de filas e obras para adequação da rede elétrica.

Financiamento

O computador foi adquirido ao custo de R$ 1,78 milhão, valor obtido junto à FINEP/MCTI através do subprojeto LIMCET, coordenado pelo Prof. Antonio Ferreira da Silva, do Instituto de Física. As pesquisas desenvolvidas pela Rede de Modelagem e Observação Oceanográfica (REMO) foram fundamentais para a concessão do financiamento. 

A REMO (www.rederemo.org) tem como membros a UFBA, a UFRJ, o Centro de Hidrografia da Marinha e a Petrobras. Conta ainda com apoio da FAPESB, do CNPq e da CAPES, tendo em vista que envolve alunos de iniciação científica e de programas de pós-graduação da UFBA e da UFRJ - dentre eles o Programa de Pós-Graduação em Geofísica da UFBA. A REMO é membro do projeto internacional GODAE OceanView, dedicado ao desenvolvimento da oceanografia operacional ao redor do mundo. O novo computador permitirá que a REMO tenha infraestrutura semelhante a diversos outros centros de pesquisa e centros operacionais que participam desse projeto.

Eficiência

Na UFBA, o equipamento será usado principalmente na elaboração bases hidrodinâmicas e de estudos de previsibilidade em todo do Oceano Atlântico (Norte e Sul), com ênfase às regiões ao largo da costa do Brasil. Será empregado também para realizar previsões pré-operacionais do estado físico termohalino e da circulação tri-dimensional do Oceano Atlântico, envolvendo métodos de assimilação de dados na construção da condição inicial das previsões. O sistema previsor desenvolvido nas Universidades é migrado para a Marinha do Brasil produzir as previsões operacionais. Essas são empregadas para melhoria da segurança da navegação, busca e salvamento, exploração de petróleo, elaboração de cenários de derramamento de óleo, entre outras aplicações.

"Atualmente, consumimos cerca de 9 dias de máquina empregando 96 processadores para realizar 1 ano de simulação com assimilação de dados sobre o Atlântico. O novo computador permitirá reduzir esse tempo para aproximadamente 1 dia se toda a máquina for empregada. Isso é um grande ganho, pois, para nosso desenvolvimento, realizamos muitos anos de simulação em cada experimento, para que possamos analisar objetivamente os resultados e propor estratégias para a melhoria do sistema de assimilação e previsão", explica o Prof. Clemente Tanajura, coordenador do PPG em Geofísica e coordenador da REMO na UFBA.

Foto*: University of Arizona / Divulgação

*imagem usada apenas  a título de ilustração; não retrata o equipamento adquirido pela UFBA