Em meio à grave situação vivida no Brasil diante da epidemia causada pela infecção por Zika vírus – e a ocorrência associada de microcefalia em recém-nascidos – a Universidade Federal da Bahia, de forma integrada às ações promovidas pelo Governo Federal, realiza ações preventivas no combate ao Aedes aegypti, transmissor da Dengue, Zika e Chikungunya, que envolvem atividades educativas e de conscientização da população do país, através da campanha #ZIKAZERO. Neste sábado (13/02), Dia Nacional de Mobilização de Combate ao mosquito vetor, a UFBA realiza um mutirão para eliminação de possíveis focos e criadouros, nos campi de São Lázaro e Canela, a partir das 8h da manhã.
A Universidade está intensificando o alerta para a realização de uma "varredura" em todas as unidades e órgãos que compõem o ambiente universitário. A mobilização também deve envolver todos os segmentos da comunidade universitária com a participação de funcionários, professores e estudantes em atitudes de combate e prevenção para a redução dos índices de infestação.
Frentes de atuação
A UFBA já vem tomando diversas posições no enfrentamento Aedes aegypti com a realização de vistorias quinzenais no campus Ondina/Federação e mensais nos demais campi, por meio de visitas realizadas pelos Agentes de Combate a Endemias do CCZ, as quais estão sendo acompanhadas pelos técnicos da Coordenação de Meio Ambiente (CMA) da SUMAI. A atividade tem por objetivo monitorar, corrigir e tratar focos de proliferação do mosquito no entorno das unidades, nas obras paradas e em andamento e nas áreas verdes. Ao lado das ações está o trabalho de divulgação junto à comunidade universitária e da população em geral, a exemplo da aula inaugural do semestre letivo 2015.2, intitulada "Epidemia de Microcefalia no Brasil", estimulando o debate entre docentes, alunos e funcionários e promovendo a ampliação do conhecimento sobre o assunto e sobre a adoção de medidas de prevenção.
Além disso, há o incentivo explícito aos projetos de pesquisa sobre o tema, a exemplo do projeto do Instituto de Ciências da Saúde que identificou o Zika vírus na Bahia. A UFBA também participa da rede de pesquisas com a FIOCRUZ Bahia e Secretarias de Saúde do Estado em distintos projetos que abrangem desenvolvimento de teste para diagnóstico rápido da doença, identificação de lesões causadas pelo ZIKA Vírus em gestantes e crianças e contribuiu de forma importante fazendo o primeiro isolamento do Zika vírus no país (LAB ICS). Na área da assistência à saúde, os profissionais da Maternidade Climério de Oliveira e do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (HUPES) estão participando de protocolos para melhor abordagem das gestantes e recém-nascidos.
Zika Vírus
O vírus que vem causando sintomas semelhantes aos da dengue e assustando a população baiana foi identificado pelos pesquisadores Gúbio Soares e Silvia Sardi, do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia (ICS/UFBA). De acordo com o professor Gúbio Soares, “o vírus causa um quadro muito parecido com o da Dengue, em que o paciente pode apresentar sintomas como febre, diarreia, dores e manchas no corpo. O quadro parece alérgico, é mais tranquilo e o tratamento é o mesmo”, explica o pesquisador. Além desses sintomas, o paciente pode apresentar sinais de conjuntivite. O vírus é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti, Aedes albopictus e outros tipos de Aedes, mas nunca havia sido detectado antes no Brasil ou na América Latina.
A descoberta contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) que disponibilizou recursos através do Programa de Apoio à Pesquisa para o SUS (PPSUS).