Mesmo contando atualmente com menos de um terço dos recursos de que dispunha há cinco anos para a manutenção e expansão de sua infraestrutura, a UFBA não parou de investir: desde 2014, aproximadamente R$ 56,5 milhões (R$ 56.560.908,46) foram direcionados a 9 obras construtivas de novas instalações e 19 ampliações e reformas – 17 delas já concluídas, e outras duas a serem entregues até o final deste ano.
Nesse conjunto há que se incluir mais quatro obras em andamento, que devem ficar prontas em 2019. Três delas, ou seja, o bloco 3 do Centro Interdisciplinar de Energia e Ambiente (Cienam), o Lapag e a Biblioteca Isaías Alves de filosofia e ciências humanas, estão sendo tocadas com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep)
Entre novas construções e reformas, a UFBA modernizou, nesse período, 42,6 mil metros quadrados, o equivalente a 11% de toda a sua área construída (386 mil metros quadrados). Das 32 unidades acadêmicas, incluindo-se agora a de Camaçari,16 (50%) receberam ou estão recebendo algum tipo de intervenção direta de médio ou grande porte, sem contar os equipamentos de uso comum de natureza acadêmica (como a Biblioteca Omar Catunda de ciências exatas e o Cienam), administrativa (como as áreas reformadas das superintendências de Educação a Distância e de Meio Ambiente e Infraestrutura) e de assistência estudantil (como a nova sede da Pró-reitoria de Assistência Estudantil e Ações Afirmativas, o centro de acolhimento ao estudante de Ondina e os pontos de distribuição de refeições em São Lázaro e no Canela).
Embora distante do ideal, o montante investido tem ajudado a refrear as consequências negativas dos duros ataques que a universidade pública brasileira vem sofrendo nos últimos anos. Entre janeiro de 2014 e janeiro de 2018, os recursos de capital do orçamento da UFBA (a chamada verba de investimento, destinada a obras, construções, instalações e aquisição de equipamentos e materiais permanentes) caíram 69%. Isso significa dizer que uma verba que ultrapassou os R$ 30 milhões por ano em 2014 e 2015 (cerca de 3% do orçamento total) caiu para R$ 14 milhões em 2016 (1,1% do orçamento), e para pouco mais de R$ 10 milhões em 2017 (0,7% do orçamento).
Nesse cenário adverso, a UFBA vem procurando compensar a escassez de investimentos de três maneiras:executando uma política orçamentária que tem primado por alcançar máxima eficiência; recorrendo a fontes alternativas de financiamento, como editais de agências de fomento; e convencendo congressistas baianos da importância de assegurar recursos via emendas parlamentares, que, nos últimos anos, representaram, em média, 1% do orçamento da instituição.
A aplicação de recursos em obras – como, por exemplo, os R$ 8,1 milhões que estão sendo investidos na reforma da Escola de Teatro – é consequência direta do esforço da administração da Universidade de executar, da melhor maneira, o máximo possível do dinheiro disponível. Em 2016 e 2017, por exemplo, a Universidade executou quase toda a sua verba de capital, o que ajudou a minimizar o impacto dos severos cortes orçamentários.
Entre as fontes de financiamento alternativas, uma das principais é o edital CT-Infra da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep, empresa pública de fomento à ciência, tecnologia e inovação), direcionado à modernização e ampliação da infraestrutura e dos serviços de apoio à pesquisa desenvolvida nas universidades. Por meio desse edital, a UFBA recentemente assegurou R$ 17 milhões, que estão sendo investidos em três equipamentos importantes: a reforma da Biblioteca da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (R$ 7,2 milhões), a construção do novo prédio do Cienam (R$ 6,4 milhões), e a construção do Laboratório de Preparação e Análise de Amostras, o Lapag, no Instituto de Geociências (R$3,4 milhões).
Esses três equipamentos, e mais a Escola de Teatro, o ponto de distribuição de refeições do campus do Canela e a nova sede da Superintendência e Educação a Distância, devem ser inaugurados até o final de 2019.
Saíram ainda recursos extra orçamentários do MEC de R$ 6 milhões via TED para outras duas construções em fase de licitação: o prédio anexo da Faculdade de Arquitetura e ampliação da Escola de Dança.