Promovido pela Academia de Ciências da Bahia, o Simpósio sobre Percepção Pública da Ciência vai debater o resultado de pesquisa feita com 1.300 estudantes de ensino médio da Bahia sobre como percebem ciência e tecnologia através dos meios de comunicação. Responsável pela pesquisa, Simone Bortoliero é professora da Faculdade de Comunicação da UFBA, onde coordena a Agência de Notícias em C&T. Desde 2004 coordena a Pesquisa sobre Percepção Pública de C&T, junto ao Programa de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade da UFBA.
Ela relata que “alguns estudos sobre percepção pública da ciência têm sido feitos no Brasil nas últimas décadas e tem fornecido dados a respeito do que pensa a opinião pública sobre Ciência e Tecnologia, em vários aspectos, desde os benefícios e malefícios da aplicação do conhecimento, até graus de interesse na busca por informações nos veículos de comunicação de massa.” Estas pesquisas tem se constituído em importante instrumento de indicadores de C&T para a consolidação de políticas publicas. Na apresentação dos resultados de sua pesquisa ela demonstrará o que chama de “(in)visibilidade da Cultura Científica em nosso estado.”
Além de Simone o Simpósio prevê também palestra de Mariluce Moura, graduada em Jornalismo pela UFBA, mestra e doutora em Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e diretora de redação da revista Pesquisa FAPESP, editada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Em sua intervenção ela comentará “o (ainda) incerto papel e poder das notícias de ciência e do jornalismo científico na expansão da cultura científica na sociedade brasileira”. Para isto vai basear-se em dados “intrigantes” obtidos por três grandes pesquisas realizadas recentemente pelo Labjor/Unicamp, Datafolha e Rede Ibero-americana de Monitoramento e Capacitação em Jornalismo Científico/LSE.
Mariluce acredita que a divulgação científica é parte constitutiva do empreendimento da tecnociência contemporânea e que só parcialmente ela está a cargo dos cientistas. “Em outros termos, há um sistema institucional, transnacional, extremamente sofisticado para a comunicação da ciência (que articula grupos e instituições de pesquisa, periódicos científicos, grandes bases de dados e agências governamentais e privadas de fomento à produção científica) e, em paralelo, um outro sistema complexo, multicêntrico, estruturado para por em ação formidáveis fluxos de informação destinados a efetivar o reconhecimento e a absorção das produções da ciência pela sociedade.” Ela afirma também que a mídia é o mais poderoso veículo da intermediação ciência-sociedade.
O Simpósio será realizado no dia 20 de junho, 16 horas, no Auditório do PAF 3, da UFBA, situado no campus de Ondina, ao lado do Instituto de Letras. A entrada é franca e não se exige inscrição. O conferencista principal é Carlos Vogt, coordenador da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp) e diretor do Labjor, da Universidade de Campinas (Unicamp), que fará uma conferência sob o título A espiral da cultura científica e a percepção pública da C&T.